terça-feira, outubro 30, 2007

Parte 2 - "O crescente"

Oito dias antes do tempo de amassar a massa doce (massa sovada - porque o segredo está na "sova" que ela leva no amassar para ficar leve e fofa), prepara-se o chamado "crescente" que, tal como o nome indica, é o ponto de partida para a delicada tarefa.

O "crescente" é feito com farinha de milho coada, isto é, passada pela peneira de trigo por ser mais fina e apurada, e depois é escaldada com água a ferver na quantidade suficiente até ficar numa bola não muito espessa.

Guarda-se na tijela, ou outro recipiente, bem tapada para não tomar bolor e manter-se bom até à hora da reforma, fazendo-lhe um sinal em cruz, por cima da tal bola. Mesmo que não seja crente faça o sinal que só faz bem ao crescente.

Deixa-se repousar até arregoar, isto é, abrir umas fendas, qual crateras esbranquiçadas, mas sem que se aviste o tal bolor, para o bom efeito no Fermento, que é a próxima etapa.

Nota: Devo chamar a atenção a quem ler esta receita de que é uma receita com largos anos. Actualmente podem utilizar-se outras formas de fazer a massa levedar por processos modernos. Diga-se que esta era a receita caseira à moda da ilha Terceira e não quer dizer que toda a gente fizesse assim. Esta era uma receita antiga da "Velhinha" de cabelos alvos de neve e olhos da cor do céu e não falhava.

(Continua)

Sem comentários: